COMENTÁRIOS SOBRE O LIVRO
CONFIDÊNCIAS DE UM INCONFIDENTE
Por Lito Alves da Rocha Tamburro

O Livro: “CONFIDÊNCIAS DE UM INCONFIDENTE”
O Autor: Thomaz Antônio Gonzaga
A Médium: Mariusa Moreira de Vasconcellos
A Obra: Confidências de um Inconfidente.
A Maçonaria e os Conjurados
A “Loja”
O Aleijadinho
Os Profetas e os Inconfidentes

Introdução

O processo da independência do Brasil, diferentemente de outros paises, tem peculiaridades que o tornam único na historia universal.

Primeiramente a importância que os historiadores deram a um episódio político transformando-o em ponto máximo do processo. O “O Brado do Ipiranga”, episódio retratado como o principal momento e seus atores como principais figuras.

O Burro que conduzia D. Pedro transforma-se em garboso Corcel, as vestimentas de viagem surradas e empoeiradas transformam em elegantes fardas de gala e o lamento contra as pressões políticas da Corte transforma-se no grito libertário que ecoa até hoje em nossos contos históricos. Era o Marketing embrionário para engrandecer os poderosos políticos que até hoje conduzem os destinos políticos desta terra, dita nação.

Quanto aos inconfidentes, só muita pesquisa e a abnegação de uns poucos, trouxeram aos nossos livros escolares alguma luz. Assim foi com a Revolução Pernambucana, com os levantes na Bahia e personalidades como Frei Caneca e Joaquim Gonçalves Ledo e Felipe dos Santos que em
1720 foi executado pelo então Governador das Minas Gerais – o Conde de Assumar. Execução esta, com enorme requinte de perversidade - teve seu corpo amarrado a quatro cavalos que tocados para direções diferentes, esquartejaram o corpo, sendo seus pedaços e vísceras totalmente dilacerados.

O relato histórico da conjuração contestado por alguns pesquisadores mais atualizados, que tentam abrir questionamentos quanto à integridade dos Autos da Devassa, pois a tendência dos juízes era mostrar ao povo que nossos heróis não passavam de loucos e reacionários.

O valor desta obra tem aquele de reafirmar e resgatar fatos e pessoas que, estes sim, ofereceram-se em holocausto para a causa da liberdade.

Alguns dos fatos narrado na obra citada vem a serem comprovados numa pesquisa séria realizada por um Irmão da Loja Esperança – Raimundo Fernando Queiroz Vargas publicado em 1997 que após uma intensa pesquisa em Bibliotecas Brasileiras e Portuguesas trouxe à tona assuntos ainda não discutidos pelos historiadores de então. Publicou o livro “A verdadeira face da Inconfidência Mineira”.
Esta obra tem uma ligação interessante com a Loja Lux et Veritas: A Revisão foi realizada pelo nosso Irmão Cezar Coelho de Moraes e a digitação dos textos foi obra da nossa cunhada Maria Ignez da Silva Carvalho – ex-esposa do nosso querido Irmão Flavio do Valle Carvalho.

Voltando ao Livro “Confidências de um Inconfidente”– que é um romance mediúnico apresentado como uma obra psicografada com ditados do “Poeta de Inconfidência” autor das famosas Cartas Chilenas – Thomaz Antonio Gonzaga.
Segundo o autor e a médium que intermídia a narrativa o processo inicia-se no plano espiritual após a bárbara execução de Felipe dos Santos.


Fala de uma espécie de convocação daqueles que viriam encarnar no Brasil com missões diversas para resgatar valores morais e espirituais que vinham sendo desvirtuados pela ganância de poder e de riquezas.

O que torna interessante a Obra é a transcrição de fatos do Movimento libertário apresentando a relação dos mesmos com revelações de cunho maçônico.

O autor, se crível a obra, famoso poeta e articulador em cuja residência se realizou grande parte das reuniões secretas que levaram a termo o movimento que plantou a semente do ideal de liberdade para o Brasil. O autor afirma ter sido iniciado Maçon pelo Marquês de Pombal, quando de sua estada em Coimbra para concluir seus Estudos de Direito.

A Médium que psicografou o livro MARIUSA MOREIRA VASCONCELLOS é uma Espírita respeitada, sendo autora, por psicografia, de 12 obras - a maioria recebendo mensagens de Monteiro Lobato.

Consta de uma interessante narrativa com ricos detalhes de toda a trama da Conjuração ressaltando o trabalho subterrâneo da Maçonaria, segundo o autor, congregados em uma LOJA. Vale afirmar que não é uma obra maçônica e sim espiritualista que se baseia em princípios da religião espírita e os fatos relativos a maçonaria são incidentais.

Esta Loja que obviamente não tinha reconhecimento de qualquer potência, visto que na época, não haviam potências nativas. Denominava-se como “Loja do Oriente” e seus principais líderes eram Thomaz Antônio Gonzaga, Antonio Francisco da Silva Lisboa – o Aleijadinho, o Capitão Baltazar e Freire Andrade. As Iniciações eram feitas por comunicação através de cartas dirigidas a personalidades já reconhecidas,
sendo ratificadas quando o “iniciado” tivesse a oportunidade de estar presente em sessão oficial.

Realmente não existe relato documental que possa atestar esta afirmativa. O que é compreensível, visto que após a devassa procurou-se destruir tudo que lembrasse o movimento e seus integrantes.


O historiador maçônico Castellani nega a condição maçônica de Tiradentes por não haver, segundo ele, prova documental de sua iniciação. Alguém por acaso conhece o registro de Iniciação de José Bonifácio? Mas ninguém nega sua condição de Maçon.

Se Alguns Irmãos tiverem a oportunidade de ler o livro acima citado do nosso Irmão Vargas verão que uma pesquisa séria põe por terra as teorias do nosso “historiador” autor dos nossos atuais rituais.

Algumas Lojas já estavam estabelecidas em Pernambuco, na Bahia e no próprio Tejuco, obedientes ao Grande Oriente LUZITANO ou ao Grande Oriente de França. Portanto a “loja” dos conjurados era tecnicamente uma Loja “espúria”.

Mas o que unia aquele grupo era o ideal de Liberdade – Igualdade e Fraternidade difundido na Europa e aqui, pelos poucos portugueses cultos que aqui chegavam e pelos brasileiros que iam a Portugal e a outros países da Europa para estudar, principalmente em Coimbra.

O livro em questão menciona por várias vezes o caráter maçônico do movimento que iniciava todos que aderiam na “loja” que tinha como inspirador e conselheiro Antônio Francisco Lisboa – O Aleijadinho.

Relata ainda que Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes foi introduzido na Loja por José Álvares Maciel com uma discreta oposição de Thomaz Antonio Gonzaga. Em seguida Tiradentes apresentou Joaquim Silvério dos Reis que viria ser seu algoz.

Não queremos cansar os irmãos com extensas narrativas, a finalidade deste trabalho não é transcrever o livro e sim comentar fatos que julguei interessantes e curiosos para nossos estudos.

Nota-se pelas narrativas que a médium não tem conhecimentos exatos dos termos nem das práticas litúrgicas maçônicas por algumas expressões que se referem aos dados litúrgicos e ritualísticos, o que é desculpável a um não iniciado na arte real.

Exemplos: Em um trecho há uma afirmação “ouvi o martelo bater três vezes – era o final da reunião”;
Outro trecho; - “o cajado bate três vezes e a porta se abriu”.

Mais um trecho: “a lembrança do altar doméstico não me saia da mente. Era uma temeridade que lá ficassem as atas das reuniões. Ali estão a abóbada de aço (espadas), dois cajados e um bastão. Pela lógica, uma representação da loja capitular, mas na verdade como o diácono trabalhasse com o cajado, símbolo dos andarinhos”.
Nota: Cremos que aí a correlação seria com o Mestre de Cerimônias

Neste trecho há referência ao grau XVIII que por motivos óbvios não vou transcrevê-los.
O autor dedica boa parte da narrativa ao Aleijadinho colocando-o como uma espécie de mentor da Loja afirmando ainda que as esculturas que se encontram no átrio da matriz de Congonhas do Campo são dedicadas a alguns conjurados, os relacionado com a Ordem Maçônica.

No final do curso do Processo de punição aos conjurados o Aleijadinho iniciou a execução de um antigo projeto: os Profetas da Igreja de Nosso Senhor dos Matosinhos em Congonhas. Seriam doze profetas ou doze apóstolos ou doze inconfidentes.

Dedicou (veladamente) esse trabalho aos conjurados, seus discípulos, seus irmãos de fraternidade que levaram ao extremo o seu amor pela causa da liberdade.

Assim passou a expressar sua angústia, sua dor, sua frustração, mas também o carinho para com seus irmãos de fraternidade e de ideal que haviam sido executados, encarcerados ou degredados usando aquela encomenda para levar à posteridade a verdade sobre os personagens que escreveram a mais bela página de nossa história.

Conta o livro que os padres que iam acompanhar o andamento da encomenda alertavam o Mestre: - Mestre Lisboa: OS PÉS ESTÃO TROCADOS, OS PÉS DAS BOTAS. E o escultor comentava com seu auxiliar: Deixa Agostinho: OS PÉS ESTÃO CERTOS.

A Iconografia Maçônica do Aleijadinho é impressionante. Analistas reconhecem evidências da simbologia Maçônica em quase todas as obras do Mestre. Este é um assunto que mereceria outra palestra.

Um exemplo é o lavado da sacristia da Igreja de São Francisco de Assis, segundo relato deste livro era uma homenagem do Aleijadinho aos padres maçons que integraram o grupo de conjurados: um frade com os olhos vendados, encimado pelo medalhão de S. Francisco; dois anjos com os símbolos da câmara de reflexão; a ampulheta e a caveira e os dizeres “este é o caminho que conduz as ovelhas”. O frade tem os olhos vendados como o aprendiz maçon; os girassóis, as rosas, o triângulo em anjos, o compasso voltado para baixo, tudo testemunhando os cinco sacerdotes mártires da conjura.

Os Profetas de Congonhas do Campo e os Inconfidentes:
As Estátuas que ornam o Adro da Igreja Matriz de Senhor dos Matosinhos em Congonhas foram esculpidas em pedra sabão de tonalidade azul e estão dispostas com uma ordem pré-determinada pelo escultor. Segundo o autor as estátuas teriam a seguinte representação:

ISAIAS – Tiradentes
O mais importante profeta do Antigo Testamento , Isaías, abre a série de honra na entrada da escadaria do lado esquerdo do Santuário. É o Profeta da Misericórdia Divina, filho de Amós. O Profeta que, segundo a Bíblia, respondeu a pergunta do Senhor: “E que irá lá”? Resposta de Isaias aqui me tem a mim! Envia-me! Também assim fora Tiradentes: - Oferecera-se para seguir pelo caminho como a voz do levante, por isto suas falas eram como brasa.

“Segundo a narrativa do autor, teria dito o escultor:”Farei com que ressurjas vivo, não na glória do teu martírio na força de tua coragem! Serás Isaias! “O primeiro a abrir o adro da Igreja, o primeiro de todos.”
Mostra a santidade de celebrar a glória divina: "Quando os serafins tinham louvado o Senhor, por um fim, como uma tenaz, uma brasa foi encostada aos meus lábios" (C. 6).

JEREMIAS – Cláudio Manuel na Costa
Ocupando também posição de destaque na entrada da escadaria, à direita de Isaías, encontra-se o Profeta Jeremias, autor do segundo dos livros proféticos na ordem do Cânon bíblico.

O Profeta Jeremias seria Cláudio Manoel da Costa com a toga dos advogados usada na época. Segura o filactério com a mão direita e, na esquerda, uma pena. Na cabeça, ostenta um magnífico turbante, arrematado por abas torcidas passando entre as presilhas.

Chora a ruína de Jerusalém, e pede que ela volte para o Senhor: "Eu deploro a derrota da Judéia e a ruína de Jerusalém, e rogo que queiram voltar ao seu Senhor" (C. 35).


BARUC – Tomás Antonio Gonzaga
Baruc traz nas mãos um filactério cuja citação é uma síntese de várias passagens de suas profecias. A escultura, situada no pedestal que arremata o muro de alinhamento central do adro, representa um personagem jovem e imberbe, vestido de túnica curta e manto, calçando botas. Traz na cabeça um turbante com bordas decoradas semelhantes às do Profeta Jeremias.

Baruc seria Thomaz Antonio Gonzaga e segundo a obra teria dito o Aleijadinho: Eu o vestirei com o manto do magistrado, a toga da sabedoria, o olhar de regozijo, pois eu sei que tu tiveste a tua Esposa. Tu a tiveste. ( Ai se refere a Marília sua amada, decantada em versos, dele separada por força de sua extradição)

Anuncia a vinda de Cristo e adverte aos piedosos: "Vaticínio a vinda de Cristo na carne e os últimos tempos do mundo, e previno os piedosos" (C. 1).


EZEQUIEL – Alvarenga Peixoto
Do lado oposto a Baruc, no pedestal que arremata o muro de alinhamento central do adro, encontra-se Ezequiel, também conhecido como o "profeta do exílio", por ter sido banido para a Babilônia com o povo de Israel. A inscrição do filactério traduz a síntese de três etapas sucessivas da visão do profeta.

Ezequiel seria Inácio Alvarenga Peixoto e a posição do braço direito seria alusão ao grau de companheiro.

Ameaça com o fim do mundo: "Descrevo os quatro animais no meio das chamas, e as rodas espantosas e o trono etéreo" (C. 1)


DANIEL – José Álvares Maciel
À esquerda, ladeando a passagem para a entrada do adro, em frente a Oséias, encontra-se a estátua de Daniel. O confronto do quarto dos profetas maiores e do primeiro dos menores, nessa situação privilegiada, revela, mais uma vez, um projeto iconográfico preciso para as posições das estátuas no adro. Os traços fisionômicos da escultura mostram um jovem imberbe como Baruc e Abdias.

Daniel seria José Álvares Maciel aí o livro faz alusões aos Leões citando a iniciação de Maciel. Iniciado no Adro dos Leões em Londres e também ter sido salvo dos Leões como Daniel referindo aí ao seu exílio na África após ter sido condenado à morte.

Mostra o poder de Deus que o salva: "Encerrado, por mandado do rei, na espelunca dos leões, escapo são e salvo, pelo auxilio de Deus" (C. 6)

OSEIAS – Domingo Vidal Barbosa
O mais importante dos profetas menores, Oséias, ocupa no Santuário lugar sobre o pedestal que arremata o parapeito de entrada do adro. Oséias, assim como Ezequiel e Jeremias, veste um casaco curto, abotoado da gola à barra e preso na cintura por uma faixa. A cabeça é coberta por um barrete semelhante ao de Ezequiel. Calça botas tipo borzeguins e tem na mão direita uma pena, cuja ponta, apoiada sobre a barra do manto, reproduz uma atitude de quem está escrevendo.

Oséias – Domingos Vidal Barbosa – refere-se ao trecho bíblico: “Foi enviado ao reino do norte anunciando o cativeiro eminente”. Alude a viagem de Domingos Vidal Barbosa a America do Norte em busca de apoio ao movimento. Solicitação negada tendo em vista acordo internacionais entre EE.UU., Portugal e Inglaterra
Simboliza a infidelidade do povo hebreu ao verdadeiro Deus: "Toma a adultéria, disse-me o Senhor; eu o faço: e ela, feita minha mulher, concebe e dá a luz" (C. 1)

JOEL – Salvador Amaral Gurgel
Joel, o segundo dos profetas menores do cânon bíblico, ocupa seu lugar no adro à direita de Oséias, na junção do parapeito de entrada do adro e da parede interna lateral. A fisionomia da escultura, assim como a de Jeremias, Ezequiel e Oséias, é de um personagem viril, de barba e bigodes em rolos à moda bizantina. A roupagem é semelhante à de Oséias, sendo a gola substituída por um colarinho alto. Joel traz à cabeça o mesmo modelo de turbante com abas retorcidas, já utilizado em Jeremias e Baruc. A estátua praticamente não revela imperfeições anatômicas. É uma das mais vigorosas de todo o conjunto e sua força de expressão revela a atenção de Aleijadinho em grande parte de sua execução.

Traz ameaça para os maus, e logo depois fala sobre o fim do mundo: "Explico a Judéia que mal hão de causar à terra a lagarta, o gafanhoto, o bruco e a alforra" (C. 1 v. 4)

JONAS – Rego Fortes
Ocupando posição simétrica à de Joel, no ponto de encontro dos muros que formam o parapeito de entrada do adro à esquerda, encontra-se a estátua de Jonas. Para o mais popular dos profetas menores, Aleijadinho reservou lugar de destaque, colocando-o junto de Daniel. A estátua de Jonas repete o mesmo padrão tipográfico já anteriormente usado para as imagens de Jeremias, Ezequiel, Oséias e Joel. Sua fisionomia, entretanto, apresenta traços distintos, como a boca entreaberta com os dentes aparentes e a cabeça voltada para o alto. O vestuário de Jonas se compõe de uma espécie de batina, com colarinho, abotoada até a citura, onde é presa com uma faixa.

Jonas seria Amaral Gurgel (Carioca) fazendo alusão de ter sido ele engolido pelo peixe (a Cidade do Rio de Janeiro) que tem em seu escudo peixes

Indica a providência misericordiosa para o justo: "Engolido pelo monstro, ficou escondido, três dias e três noites no ventre do peixe, depois dirijo-me a Nínive" (C. 2)

AMÓS – O próprio Aleijadinho
No ponto extremo do adro, à esquerda, na parte superior do arco de circunferência que une os muros extremos dianteiro e laterais do Santuário, encontra-se a estátua do profeta Amós. Amós difere totalmente dos demais profetas do conjunto e essa diferença se faz notar tanto no tipo físico, quanto na indumentária. Seu rosto largo e imberbe tem a expressão calma, quase bonachona, como convém a um homem do campo. Suas vestes condizem com a sua condição de pastor. Amós está vestido com uma espécie de casaco debruado de pele de carneiro e traz na cabeça um gorro, de forma semelhante ao que usam ainda hoje os camponeses portugueses da região.
Amós seria o próprio Aleijadinho. É a Estatua que apresenta maior deformações anatômicas e as vetes são as de um artesão. O avental do escultor ou do Aprendiz Maçon.

Ensina como Deus se serve dos humildes para dirigir os grandes: "Feito primeiro pastor e em seguida Profeta, dirijo-me tanto contra as vacas gordas, como contra os próceres" (C1)

NAUM – Domingos de Abreu Vieira
Na extremidade direita do adro, ocupando o ponto superior do arco que une os muros externos dianteiro e lateral, encontra-se a estátua de Naum, o sétimo dos profetas menores. O tipo físico da figura de Naum é o de um velho de barbas longas, postura vacilante e faces maceradas. Veste uma sotaina longa, abotoada até a cintura. A intervenção do "atelier" de Aleijadinho nessa peça aparece de forma evidente, a começar pela execução do turbante que Naum traz à cabeça. Alguns detalhes, como as barras ornamentais do manto e a deficiência da articulação geral do conjunto comprovam essa intervenção, parecendo possível que Aleijadinho tenha apenas concebido os traços iniciais da estátua.
A estatua de Naum teria sido dedicada a Domingos de Abreu Vieira
Ameaça aos grandes e poderosos: "Exponho que castigo está reservado a Nínive, caso recaia. Declara que a Assíria há de ser destruída por completo" (C. 1)

ABDIAS – Francisco Paula Freire de Andrade
Abdias ocupa o ponto inferior do adro que une os muros dianteiros e lateral esquerdo no adro do Santuário. A fisionomia de Abdias é de um jovem imberbe, assim como Baruc, Daniel e Amós, mas as proporções bem mais esbeltas dão a impressão de uma maior juventude. Abdias veste túnica e manto como os apóstolos da ceia, complementado apenas por um gorro simples, mas o arranjo das pregas é muito bem organizado num jogo erudito de luz e sombra. Essa estátua pode ser analisada comparativamente à do profeta Habacuc, que ocupa posição equivalente no extremo oposto do adro. Exercendo visualmente a função de baluartes laterais do adro, Abdias e Habacuc têm a mesma atitude simétrica dos braços levantados para o alto, mesmo tipo de roupagem, assim como jogo aparentemente complicado dos panejamentos. Pela posição que ocupam, ambas estátuas receberam especial cuidado de Aleijadinho, sendo provável que a intervenção do "atelier" se tenha limitado ao acabamento das partes acessórias, uma vez que as imagens são anatomicamente perfeitas.

Abdias seria Francisco de Paula Freire de Andrade
Uma palavra aos gentios: "Eu vos arguo, idumeus e gentios, previdentes vos anúncio a ruína lutuosa" (C.1)

HABABUC – Oliveira Lopes.
Habacuc, o oitavo dos profetas menores, encerra a série dos profetas de Congonhas. Situa-se em posição equivalente à de Abdias, no ponto inferior do arco que une os muros dianteiro e lateral direito do adro. Novamente se repete o padrão tipográfico anteriormente utilizado para Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel e Jonas. O vestuário de Habacuc é composto pela mesma sotaina envergada por Naum e Jonas, desta vez acrescida de uma gola cujas pontas são ornadas de borlas.

Hababuc seria dedicado a Oliveira Lopes.

Argúi os gentios que tiranizavam o povo eleito, e canta os louvores de Deus: "Eu te acuso a ti, Babilônia, ó Babilônia, a ti, ó tirano caldeu; mas em salmos canto a Ti, ó Deus Santo" (C. 1)




Detalhes Fotográficos




































Créditos das fotos: Lucas Vieira, Júlio Cardoso e Ever Silva.

Vale a pena Ler de Novo.

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Queridos Irmão, a partir desse mês vamos apresentar no blog a sessão VALE A PENA LER DE NOVO.

trabalhos feitos pelos Irmãos e apresentados na Lux, nas Sessões normais e nos Ciclos de Paletras.

Será apresentado um trabalho por mês, começando com A Incofidência, trabalho apresentado pelo Irmão Lito Tamburro em nossa Loja a Lux et Veritas.

Informamos também que será bem vinda qualquer colaboração. Ficaremos muito felizes se os Irmãos participassem enviando seus trabalhos para serem publicados no blog. Conhecimento e informção devem ser divididos.

Aguardamos contatos.

A direção.

Notícias. . .

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Queridos Irmãos

É com grande prazer que informamos que o Irmão Brasil está em plena recuperação, e estará de volta ao nosso convíveo na Loja em breve.
Lito Tamburro

Mudanças na Programação

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Irmãos,
Favor atentar para as mudanças na Programação.
Na coluna à direita

Lito Tamburro

A vovó estava certa! Medicina popular... Um tesouro!

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Todos lembram do "Uso do alho e azeite?

Uso 3 dentes pequenos ou 2 se for dos maiores, bem picadinho no fundo do prato, a comida em cima, e depois 1 colher de sopa de azeite de oliva por cima de tudo.

Resultado:
Perda de peso.
Redução do TSH (hipotireoidismo).
Diminuição da hipertensão.
Uma dica para pessoas que têm problemas com colesterol e pressão alta. Essa informação é do Professor Dias: Coma alho e azeite de oliva por dez meses, todas as noites, à base de 1 dente/20 quilos de peso.

Resultado? Coração forte! Visão perfeita, artéria aorta retificada, área cardíaca, pulmonar e vias respiratórias normais, ácido úrico baixo, glicemia baixa, triglicérides baixo, colesterol baixo, THC da tireóide baixo."

Receita do Dia:
Azeite virgem de oliveira, primeira espremedura a frio.

- Cicatrizante.
- Antiinflamatório.
- Baixa o colesterol e os triglicérides quando se evita outras gorduras e o açúcar refinado.

Use, no mínimo, durante 90 dias para que se sinta ótimos resultados. Dosagem: 1 a 2 colheres de sopa ao dia.

Alho dosagem:
1 dente de alho roxo a cada 20 quilos de peso ao dia. Pode ser tomado engolindo-se inteiro, cru, como pílula. Ex: Pessoas com oitenta quilos, 4 dentes de alho ao dia, espaçando-se um a cada refeição.

Impede trombose. Facilita a circulação em artérias, melhorando o funcionamento de todos os órgãos. É antibiótico contra vírus e bactérias. Limpa as vias respiratórias. Desaparecem as gripes e os resfriados.

Juntar o alho cru esmagado com azeite. Deixar repousar o macerado por pelo menos 2 horas antes de usar. Pode-se tomar com um caldo de carne, galinha ou de legumes bem quente derramado sobre a mistura e adicionar pão, novo ou velho de preferência o integral.

É um alimento energético a ser tomado à noite por ser calmante, proporciona um sono profundo e reparador, afora todas as propriedades citadas anteriormente. Indicado principalmente para crianças e idosos. O azeite atenua o cheiro e o gosto do alho e não deixa bafo halitoso no dia seguinte.

Neste caso pode-se esmagar o alho como dose única, um dente de alho para 20 quilos de peso, misturados ao azeite. Normaliza a pressão em menos de 30 dias. Como melhora a circulação em geral, melhora todos os órgãos internos, o que é evidente em diabéticos, pois estabiliza em 30 dias os casos menos graves.

500 ml de azeite La Espanhola custa 12,00 reais. 500 g de alho pode custar 5,00 reais. (Saúde 100%? Não tem preço! piadinha!!!! Não resisti!!) Essa quantidade dá para 15 dias ou mais. Economiza-se na farmácia, além de servir como alimento e dá oportunidade de aproveitar o pão velho. Dê preferência ao pão integral (carboidratos complexos, ajudam o funcionamento dos intestinos).
Informações tirada de um pps recebido do Ir.'. Luciano Fernandes.

Feliz Aniversário Ir.'. Lito!

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Hoje é Aniversário de nosso Ir.'. Lito Tamburro!

Ex-Venerável da nossa Loja por duas vezes.

O primeiro filho da Lux, uns dos mais dedicados Irmãos em atuação pela Loja, mesmo após mais de 25 anos de filiação.

Mentor de nosso humilde blog.

Sempre pensando na Loja e em seus Irmãos, o Irmão Lito merece, que todos nós celebremos os seus 70 anos!


FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

IRMÃO LITO!!!
Escrito pela sobrinha Janette.

Museu de Madame Tussauds

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Museu Madame Tussauds é um famoso museu de figuras de cera. Possui a maior coleção de figuras de celebridades. A sede principal do museu está em Londres, mas também existem 7 filiais em, em Paris, Nova York, Hong Kong, Las Vegas, Amsterdam, Hollywood e Berlim (aberto em 4 de Julho de 2008).Marie Tussaud (1761-1850), nascida Marie Grosholtz em Estrasburgo, França, trabalhou como governanta para o Doutor Philippe Curtius, um médico com talento em modelação da cera, que ensinou essa arte a Tussaud.
Há citações do museu em livros de
Júlio Verne como o "Volta ao mundo em 80 dias".Para maiores informações e imagens acesse o site oficial do museu: http://www.madametussauds.com/London/

Dia dos Pais

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Mesmo que eu fale em línguas,a dos homens e a dos anjos,se me falta o amor, sou um metal que ressoa,um címbalo retumbante.
Mesmo que tenha o dom da profecia,o saber de todos os mistérios e de todo o conhecimento,mesmo que tenha a fé mais total,a que transporta montanhas,se me falta o amor,nada sou.

Mesmo que distribua todos os meus bens aos famintos,mesmo que entregue o meu corpo às chamas,se me falta o amor,nada lucro com isso.

O amor tem paciência,o amor é serviçal,não é ciumento ,não se pavoneia,não se incha de orgulho,nada faz de inconveniente,não procura o próprio interesse,não se irrita,não guarda rancor,não se regozija com a injustiça,mas encontra a sua
alegria na verdade.
Ele tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca desaparece.
As profecias? Serão abolidas.
As línguas? Acabar-se-ão.
O conhecimento? Será abolido.
Pois o nosso conhecimento é limitado e limitada a nossa profecia.

Mas quando vier a
perfeição,o que é limitado será abolido.Quando eu era criança,falava como criança,pensava como criança,raciocinava como criança.
Quando me tornei homem,pus cobro ao que era próprio da criança.
Agora, vemos em espelho e de modo confuso mas então, será face a face.
Agora, o meu conhecimento é limitado;então, conhecerei como sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem estas três coisas,a fé, a esperança e o amor,mas o amor é o maior.

Só o Amor Constrói !

A História do Relógio

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No começo, a história do relógio se confunde com a do calendário, ambas remontam a uma época em que ainda não se sabia ler nem escrever. Hoje, todos sabem que relógio é o nome que se dá a qualquer instrumento destinado à medição do tempo, mas a maioria desconhece como o homem conseguiu descobrir um sistema de medida das horas, um processo que durou séculos. Acredita-se que o tempo começou a ser medido há cerca de 5000 anos.

Nossos ancestrais mais primitivos só tinham conhecimento do dia e da noite, ignorando completamente o correr das horas e suas divisões. Sabe-se que passaram a observar os movimentos do sol, da lua e das marés, baseando assim sua cronologia. Primitivamente, conforme nos diz a história, os primeiros relógios construídos e usados pelo homem foram os gnômons. Consistia em um obelisco que, iluminado pelo sol ou pela lua, projetava uma sombra, que se movia com o passar das horas e entre o seu ponto inicial e seu ponto final, havia um espaço que o homem fracionou, criando a divisão do tempo.
Se os gregos antigos achavam que as horas eram divindades mitológicas simbolizando as partes do dia, os babilônios e os chineses foram os primeiros a dividirem o dia em horas, só que, para eles, o dia possuía 12 horas, cada uma delas equivalente e 2 horas atuais.

O Relógio do Sol
"Amaldiçoem os deuses o homem que descobriu como diferenciar as horas; também aquele que neste lugar pôs o relógio do sol que repartiu os meus dias em bocadinhos". (Autor desconhecido)

Foram os egípcios e parte dos povos da Ásia ocidental quem primeiro dividiram o dia em 24 horas. O mais antigo instrumento de marcar as horas foi o "relógio do sol" que, acredita-se, foi inventado pelos babilônios, e tinha um funcionamento simples: uma haste vertical se projetava do centro de uma superfície circular, projetando uma sombra do sol para indicar a hora. Embora seja certo que o relógio solar tenha existido em época mais distante, como no Egito há 1500 anos a.C., a história registra o seu aparecimento na Judéia, pelo ano 600 a.C., quando o Rei Acaz mostrou a seus súditos um desses relógios. Anaximandro de Mileto em 380 a.C., aperfeiçoou este relógio criando o "quadrante solar". O mais antigo relógio de sol existente está exposto no Museu de Berlim, acredita-se que pertenceu ao faraó Tutmés III do Egito (1504-1450 a.C.). Na Grécia, Vitrúvio registrou 13 relógios de sol diferentes no século I a.C. Somente no século XVI este instrumento pôde ser calibrado, dando horas verdadeiras, operação que exigia conhecimentos combinados de geografia, astronomia, matemática e mecânica. O problema ocorria nos dias de chuva ou nublados, quando não se conseguia ver as horas.
Nos castelos e palácios da Europa antiga, usava-se o "relógio de fogo", que consistia em uma corda com nós que queimavam a intervalos regulares. Outra forma de contar o tempo era através das velas marcadas, sistema usado pela nobreza européia; seis velas de 15 cm com espessura idêntica eram divididas com uma escala, e no seu conjunto demoravam 24 horas a consumir. Outra maneira de marcar as horas era usando o azeite colocado em recipiente de cristal ou vidro que, ao queimar, podia-se ver o líquido baixando de nível. Também era comum, nos conventos, o "monge-relógio", aquele religioso que, para informar o tempo que passava, recitava orações por determinado período.

O Clepsidra
Como todas as formas de marcar as horas não eram confiáveis, o homem continuou a fazer novos experimentos. Foi assim que surgiu no Egito o "relógio de água", o Clepsidra, que consistia em um recipiente cheio de água com as paredes graduadas e um pequeno orifício para a água sair. Cada descida de duas graduações correspondia à passagem de l hora. O Clepsidra se difundiu por toda a Europa e Ásia, até o século XVI, quando era o mais exato medidor das horas sem sol. Um dos exemplares mais antigos deste relógio se encontra no Marrocos, na cidade de Fez. Ele foi construído em 1357, durante o reinado do sultão Bou Inania e por 100 anos marcou as horas das preces dos muçulmanos. A história dá a primazia da construção da Clepsidra de rodas dentadas a Arquimedes de Siracusa. A marcação de tempo era feita por intermédio de uma bóia que elevava consigo uma barra dentada e esta, por sua vez, movia uma engrenagem em cujo eixo situava-se o ponteiro indicador. O maior problema do relógio de água ocorria quando fazia muito frio e a água ficava congelada.

A Ampulheta
Outro tipo de relógio muito utilizado foi o de areia, ou ampulheta. Inventado também pelos egípcios, seu funcionamento é simples: dois cones de vidro ligados por um pequeno orifício que regulava a passagem de areia colocada em uma das partes, marcavam determinado período de tempo. Depois era só virar o instrumento e repetir o processo. A ampulheta aparece no século VIII, e evoluiu com o fabrico do vidro que a tornou hermética, garantindo a fluidez da areia. Usava-se também pó de mármore moído, que era fervido em vinho e seco ao sol. Levada para a Europa, a ampulheta foi utilizada pelos soldados romanos para marcar a troca de guarda. Carlos Magno tinha uma ampulheta de 12 horas. Cristóvão Colombo usava uma de meia hora.

A medição mecânica do tempo teve origem nas ordens religiosas que tinham necessidades de regular os tempos de oração e de culto. Os primeiros relógios mecânicos não mostravam o tempo: faziam-no soar. No início eram maquinas movidas por pesos que tocavam uma campainha a intervalos regulares. Estes relógios de câmara, situados na cela do monge "guardião do relógio", eram denominados "horologia exiatoria". O monge chamava os outros para as orações tocando o sino da torre. Mais tarde montou-se uma máquina maior que ficava na torre, que fazia soar o sino sem necessidade do monge guardião, e que passou a anunciar as horas canônicas uniformizadas por São Benedito no século VI em sete tempos: 1) as "Matinas" (aurora / 4 badaladas); 2) a "Hora Prima" (nascer do sol / 3 badaladas; 3) a "Hora Tertia" (meio da manhã / 2 badaladas); 4) a "Hora Sexta" ou "Meridies" (meio dia / 1 badalada); 5) a "Hora Nona" (meio da tarde / 2 badaladas); 6) as "Vésperas" (por do sol / 3 badaladas) e 7) as "Completas" (anoitecer / 4 badaladas). Estes relógios eram sujeitos a calibragem para acompanharem a variação dos dias ao longo do ano, e as diferentes horas do nascer e do pôr do sol. A palavra inglesa "clock" (relógio não portátil), deriva do holandês "clojk" que quer dizer sino, que por sua vez em alemão se denomina "glocke".

O Oriente estava mais adiantado e a história nos conta que o califa árabe Harun Al Rashid teria presenteado Carlos Magno com um relógio de bronze que batia as horas. Mas, foi na Europa que o relógio mecânico se desenvolveu.

Relógio Mecânico
A época das descobertas marítimas, que começou depois do fim da Idade Média, fez aumentar a importância do tempo para o homem, na sua corrida para o desconhecido. As técnicas mecânicas de fabricação do relógio foram aparecendo, havendo necessidade cada vez mais de precisão para dividir o tempo. Os marinheiros, que usavam as referências no céu, observando o sol, a lua, as estrelas e as constelações, com a descoberta dos oceanos viram-se obrigados a se localizarem por latitudes e longitudes. Para a medição da altura do sol, necessária para se determinar a latitude, era usada a Bestilha, ou Bastão de Jacob, adotado no ocidente em 1342. Este dispositivo já era usado pelos gregos (Dioptra) e pelos árabes (Kamal). Os portugueses usavam o quadrante e o astrolábio.

Até se chegar a uma máquina de medição das horas de luz e de escuridão num único dia de 24 horas iguais, foi um processo gradual baseado nos avanços introduzidos no "relógio de soar", e do aproveitamento do "escape" da máquina: dispositivo que interrompe regularmente a queda dos pesos, como um interruptor que alternadamente contem e solta a força da máquina, produzindo o "tique-taque" que se tornou a voz do tempo. A transição deu-se no século XIV, e a hora tomou um sentido universal e preciso, abandonando-se a "Hora Sazonal" em favor da "Hora Igual".

O primeiro relógio mecânico (que marcava o tempo) conhecido e que hoje se encontra no Museu de Ciência, em Londres, teria sido fabricado em 1386 por Henry de Vicky, encomendado pelo rei da França. Entretanto, ele foi instalado na Catedral de Salisbury, na Inglaterra. Era formado por duas engrenagens movidas por cordas e pesava cerca de 200 quilos. A partir dos grandes relógios mecânicos foram criados os menores para uso doméstico. As torres e vigias das igrejas tornaram-se torres de relógio, de onde soavam horas iguais para os serviços religiosos. A subida dos relógios às torres dos mosteiros e das igrejas tornou-os máquinas públicas e símbolos da prosperidade das comunidades. O relógio foi um serviço público anterior ao abastecimento de água. O primeiro mostrador tinha 6 divisões, que um único ponteiro percorria 4 vezes cada dia de 24 horas, e foi criado em 1344 por Jacopo de Dondi na cidade de Chioggia, na Itália. O ponteiro de minuto só apareceria mais tarde com o uso do pêndulo. Foi em 1582 que o cientista Galileu Galilei (1564-1642), ao observar a oscilação de um candeeiro na Catedral de Pisa, descobriu a aplicação do movimento pendular na fabricação do relógio, do que se aproveitou o holandês Christian Huygens para fabricar o primeiro relógio de pêndulo.

O Tempo Portátil
A aplicação do pêndulo nos relógios fez reduzir o erro diário de 15 minutos para cerca de 10 segundos. Este maquinismo foi aperfeiçoado por Peter Heinlein, de Nuremberg, que substituiu o peso por uma cinta de aço que tinha a mesma função, o que permitiu a redução do tamanho das máquinas até chegar ao relógio de bolso. A invenção de Heinlein possibilitou um avanço na história da relojoaria, sendo criadas novas patentes de excelentes mecanismos. A peça que permitiu movimentar o ponteiro dos minutos foi chamada de "balancin", responsável pelo tique-taque dos relógios. A patente do relógio de bolso só foi registrada por Louis Recordon em 1780, em Londres.

Os relógios foram transformados em obras de arte nos séculos XVII e XVIII, os palácios e ricas residências da Europa ostentavam ricos relógios de parede, de coluna e de mesa, que além de marcar as horas serviam como objetos decorativos. No século XIX um conde polonês de nome Antoine Patek juntou-se ao relojoeiro francês Adrien Phillipe, criando uma marca de relógios que ficou famosa em todo o mundo: Patek-Phillipe. Considerado o que havia de mais perfeito e preciso na indústria da época, este relógio tinha clientes ilustres como a Rainha Vitória e o Czar Nicolau II, da Rússia, entre outros nobres e abastados do mundo. Considerado uma verdadeira inovação, em 1842 a fábrica do Patek-Fellipe criou o mecanismo sem chave para dar corda.

O relógio de pulso só foi criado e patenteado no século XX. O inglês John Harwood registrou a invenção em 1924, e logo o novo modelo superou o relógio de bolso. Um pouco antes, em 1920, uma nova tecnologia, a aplicação de propriedades piezelétricas de cristais na fabricação de relógios. Em 1928, dois americanos, J.W. Horton e W.A. Morrison criaram o primeiro relógio a quartzo do mundo, reduzindo a margem de erro na medição de tempo para um segundo a cada dez anos. E as novidades não pararam, surgindo o cronômetro, o relógio a prova de água, com altímetro e fundímetro, barômetro e os modelos digitais. A tecnologia atômica veio para superar o relógio de quartzo, mas aí já não é mais história ...


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